1 de setembro de 2012

Batendo Cabeça com o Mick - Lendas Urbanas. #1


Uma Menina e um Cão.

        Era uma sexta feira fria, do dia 23 de agosto, de 1985. Um céu nublado dava o tom de melancolia do dia. Susan, uma menina de 15 anos, estava indecisa entre viajar com seus pais para a casa de praia, ou ficar em sua residência habitual, mas tendo apenas a companhia de seu cão de estimação, Léo, um dálmata grande, que já acompanhava Susan há mais de 3 anos. O tempo fechado pesou para a decisão da menina e ela preferiu ficar em casa, mesmo sem seus pais. Ela já estava crescida e confiante de que podia tomar conta da casa durante aquele final de semana.
    
        O fim de tarde foi tranqüilo, mas a chegada da noite sempre traz uma sensação de medo quando se está só, mas Susan não se importou já que seu cão era uma companhia fiel. Chegava a hora de ir dormir e a menina precisou trancar todas as portas e janelas, mas havia uma que estava emperrada e não fechava. Susan estava inquieta com essa situação, mesmo morando numa cidadezinha tranqüila. Não teve jeito e a menina teve que ir deitar deixando essa janela aberta.
    
       Antes de cair no sono, Susan verificou se Léo estava deitado debaixo da cama, como costumava acontecer durante todas as noites. Isso era importante para Susan por que lhe transmitia segurança. O cão estava lá, deitadinho como sempre. A menina passou a mão em sua cabeça e ele a lambeu. Durante a noite Susan acordou ouvindo um barulho vindo do banheiro. Algo pingava e incomodava a garota, mas ela não teve coragem de levantar e ver o que era. Passou a mão debaixo da cama e sentiu uma lambida. Seu cão estava ali com ela, então tudo bem.
        
       Mais tarde acordou de novo. Algo ainda pingava no banheiro, mas ela não queria levantar. Passou a mão debaixo da cama e sentiu a lambida. Voltou a dormir. Outra vez acordou já irritada. Era o maldito pingo no banheiro. Passou a mão debaixo da cama e sentiu a lambida. Voltou a dormir. Antes do amanhecer, acordou outra vez. Agora não tinha jeito, Susan precisava verificar o banheiro e descobrir o motivo daquele pinga-pinga. Levantou, foi até o banheiro e acendeu a luz.  
     
       O que Susan viu foi tão chocante que lhe tirou as forças até mesmo para gritar. Seu cão, o querido Léo, estava morto, pendurado no trilho da cortina do Box, com a garganta cortada. O barulho que incomodava Susan era o sangue do cachorro, que pingava no chão. No azulejo da parede havia uma mensagem, escrita com o sangue do cachorro: ‘Viu como eu também sei lamber?`  
      
        A menina entrou em choque e assim ficou até ser encontrada por um vizinho ao amanhecer, sentada na calçada segurando uma faca.
    
        Até hoje ninguém sabe quem, ou o que teria entrado no quarto de Susan. Seja lá o que foi não deixou pistas ou outro sinal. A quem não acredite na história contada por Susan, e confirmam a hipótese dela ter matado o Léo, mas seus pais juraram que a pobre menina amava aquele cão e que algo entrou na casa naquela noite, pela janela que ficou aberta.


*Nota do autor: Esta lenda urbana é conhecida e foi readaptada para ilustrar a nova seção da coluna Batendo cabeça com o Mick, para o blog Zoação 40.