20 de julho de 2012

Batendo Cabeça com o Mick -- Filmes para você NÃO assistir numa sexta-feira 13

Na minha infância, dia de sexta-feira 13 era dia de filmes de terror. E não faltavam opções, havia o saudoso cine trash na Band, apresentado pelo Zé do Caixão, passava filmes no cinema em casa do SBT, e à noite alguma outra coisa em outras emissoras, inclusive na Globo, que tinha o Corujão e o tele cine. E ainda não satisfeito, fazia questão de alugar algumas fitas na locadora. Com toda essa bagagem, é óbvio que já assisti a muitas porcarias e por isso resolvi fazer essa lista. Com mais uma sexta-feira 13 no calendário, além de muitas outras que virão, veja quais são os filmes que você NÃO precisa assistir. Se encontrar alguma dessas tranqueiras nas locadoras, ou em algum camelô, passe longe, ignore ou queime, mas não perca seu tempo como eu e outros muitos fizemos. A não ser que você tenha tendências masoquistas...
Obs: vale lembrar que não inclui filmes sobre animais mutantes, do tipo que sofreu alguma alteração genética, e também não coloquei filmes sobre objetos inanimados assassinos, como bonecos, maquina de lavar e geladeira (sério, existe um de uma geladeira assassina), afinal, não podemos levar a sério filmes assim.



O Monstro do Armário (1986)
Nada melhor do que começar com um dos filmes mais toscos e bagaceiros que já assisti. Este não é só um dos piores do terror, como deve ser também uma das mais ridículas produções cinematográficas já realizadas. A intenção até que foi boa, afinal, sempre existiu um medo infantil por trás das portas de um armário quando as luzes do quarto se apagam, mas a realização do filme jogou para o espaço essa boa intenção e realizou uma merda das maiores. Tudo é bem trash, tosco e sem sentido. O monstro parece uma bosta ambulante! Para se ter uma ideia, até o exército é convocado para matar o bicho, mas suas armas se mostram inúteis, então entra em cena o presidente dos EUA (?) com uma idéia revolucionária: todas as pessoas devem destruir seu armário, assim o monstro não terá forças e morrerá. Inacreditável...




Jack O, Demônio do Halloween (1995)
Aqui está um classicão do cine Trash. O famoso e lendário cabeça de abóbora! Se você não viu o filme, certamente já deve ter visto a imagem deste ser que tem uma abóbora no lugar da cabeça e anda com uma foice. Com poucos recursos técnicos e pouca verba, é óbvio que não poderíamos esperar mais do que uma tosqueira bem trash, recheada de sangue, efeitos ruins, que só tornam as mortes engraçadas, atuações péssimas e tudo o mais de ruim que se pode haver num filme de serial killer. Até que o filme começa bem, falando sobre a história do Demônio, criando um clima de suspense com boas cenas referentes ao Halloween, mas assim que o Cabeça de abóbora entra em cena, o filme descamba pra matança com o Jack-o passando a foice em qualquer um, até mesmo num técnico de TV a cabo que não tem nada haver com a história...

Qualquer um da serie HellRaise
Lembra do cara cheio de pregos na cabeça? Até que o primeiro HellRaiser traz bons momentos, apresentando ao mundo do terror uma nova espécie de monstros, os Cenobitas, que torturam suas vitimas de forma masoquista e eram liderados pelo maligno Pinhead, o tal cara dos pregos na cabeça. Mas ainda creio que este filme tem uma fama que não se justifica, estando longe de realmente assustar. E o pior é saber que mesmo sem ser um grande filme, conseguiu a façanha de ganhar várias seqüências, cada uma pior que a outra. Todas seguem os mesmos elementos do primeiro: a história gira em torno de uma caixa que abre as portas para um mundo paralelo, libertando os Cenobitas. E olha que a série tem fãs ferrenhos!

A Casa dos 1.000 Corpos (2003)
A Casa dos 1.000 Corpos consegue reunir tudo o que detesto num filme de terror! Um diretor metido a maluco que quer mostrar seu lado perturbado, no caso o roqueiro Rob Zombie, atores detestáveis, produção de “vídeo-clip” cheio de cortes rápidos e visual espalhafatoso, história confusa que vai e volta no passado da trama e por ultimo o pior: o plágio descarado de outro filme, no caso O Massacre da Serra Elétrica (1974), que talvez só não tenha sido copiado cena por cena porque aí já seria cara de pau demais...




O massacre da serra elétrica 2 (1986)
Já que citei o clássico e perturbador O massacre da Serra Elétrica, de 1974, é impossível deixar de comentar sobre sua idiota continuação, em mais um caso onde o cara precisa ser muito foda para fazer a sequência de um filme que se tornou referência em seu gênero. Que me perdoe o falecido Dennie Hopper, um cineasta de qualidade indiscutível, mas talvez ele não fosse o cara certo para dar uma nova parte a saga da família canibal do Texas. Esta parte 2 e simplesmente abominável! Tentaram levar a história para o lado do humor negro e estragaram tudo com piadas idiotas, um Leartherface bobão, muitos momentos copiados do primeiro filme, mas com toques bizarros de comédia no pior estilo pastelão!






A casa do Espanto 2 (1989)
Às vezes na falta de algum filme, você pega qualquer coisa só pra passar o tempo, mesmo sabendo que estará se submetendo a assistir alguma porcaria. Pra dizer a verdade, até que este A Casa do Espanto 2 é um filme simpático, que pode divertir em alguns momentos, como na cena em que um eletricista vai até a casa amaldiçoada para fazer um serviço e após descobrir uma passagem secreta, diz aos personagens principais que encontrou uma entrada para um mundo paralelo (!). Como assim? Será que é comum para um eletricista encontrar passagens para mundos paralelos? A história desta seqüência não tem nada haver com o bom primeiro filme (reparou que a maioria dos filmes da lista é uma continuação?). Aqui temos um ser maligno que está atrás de uma caveira de cristal que lhe dará a vida eterna. Mas espere aí! Se ele é um fantasma então já pode viver eternamente, certo? Ah esses filmes trashs dos anos 80...

Sexta-Feira 13, parte 8-Jason ataca em Nova Iorque (1989)
Claro que o maior ícone da Sexta-feira 13 não iria ficar de fora da lista, principalmente por ser uma das piores séries da história do cinema de terror. Sou um grande fã do querido Jason e assistia a seus filmes sempre que podia, ainda mais quando a Rede TV começou a passar quase todos nas noites de sábado, lá pelo fim dos anos 90. Com tantas produções ruins, feitas apenas para lucrar em cima da fama do personagem, ficou difícil escolher apenas um. Poderia colocar pelo menos uns quatro, mas fiquei com esta parte 8 que é uma grande enganação e deve ter deixado muitos fãs desapontados quando saiu nos cinemas. O motivo é simples: apesar de o subtítulo ostentar um ‘Jason ataca em Nova Iorque’, na verdade ele só chega à cidade nos 15 minutos finais do filme! Toda a história se passa num navio repleto de jovens estudantes, que segue de Cristal Lake para Nova Iorque. Jason embarca no navio e vai matando todos que atravessam seu caminho. Não se anime achando que o cenário sinistro de um navio irá trazer boas cenas de suspense, por que o que temos são mortes mal feitas e chatas, com muitos “defeitos” especiais. E mesmo quando Jason chega à Nova Iorque não conseguem salvar o filme, levando o serial killer a perseguir os poucos sobreviventes do navio em becos, ruas vazias e até numa galeria de esgoto!

Amityville 6, Uma questão de hora (1992)
Lançado em 1979, Horror em Amityville era baseado em uma história verdadeira sobre um rapaz que matou os próprios pais e irmãos com uma espingarda enquanto dormiam. O cara alegou estar influenciado por vozes do além que lhe pediam para fazer aquela matança. O filme fez sucesso e óbvio, rendeu várias seqüências. Acho que as partes 2 e 3 chegaram a ir para o cinema, mas a criatividade dos roteiristas logo começou a esgotar e o outros lançamentos acabaram indo direto para o VHS, passando despercebido pelo grande público, menos por algum infeliz que trabalhava no SBT, que colocava esses filmes para preencher as noites de domingo. Essa sexta parte segue uma ideia iniciada no quarto capitulo, onde o terror não se passa mais na casa de Amityville, e sim num lugar qualquer com uma família qualquer que adquiriu algum pertence da casa amaldiçoada. No caso desta pérola da ruindade, o objeto adquirido é um relógio maldito, que como diria o locutor da sessão da tarde, ‘causará grandes confusões para esta turminha do barulho’.

Navio Fantasma (2001)
Os 5 minutos inicias de Navio Fantasma são realmente arrasadores! É uma verdadeira carnificina repleta de sangue e pavor. Mas é uma pena que apenas o comecinho (e põe comecinho nisso!) é legal, por que o restante do filme não segura a onda e se perde em um amontoado de cenas sem graça com fantasmas (tem até uma fantasminha camarada pra ajudar os mocinhos!), correria sem suspense e mortes toscas. A solução do mistério também é muito mal feita, tirando de vez a paciência do telespectador que agüentou essa bosta até o fim para saber como um enorme navio de luxo ficou 40 anos desaparecido e de repente reapareceu a deriva em algum lugar do oceano. Uma história que tinha tudo para ser arrepiante se soubesse aproveitar o mistério por trás da embarcação, além de seu macabro cenário de abandono. Tudo isso jogado fora para transformarem o filme num terror teen.

De volta a casa da colina (2007)
A Casa da Colina, de 1999, até que era um filminho legal, mas não justificava uma nova parte. Aqui temos o típico caso onde os produtores pegam algumas idéias que não foram detalhadas no original e criam um roteiro para decifrar os enigmas. O problema é quando lá pelas tantas alopram com tudo e transformam o filme num verdadeiro carnaval. Aqui você tem um fantasma do mal, arqueólogos atrás de uma estatua que dê poder a quem possuí-la, um diário perdido com os segredos do lugar, uns agentes infiltrados tipo os da CIA e os jovens idiotas de sempre. E sabe o que vai acontecer no fim disso tudo? Um desfecho sem pé nem cabeça que não explicará nada de nada!



Eu sei quem me matou (2007): Este filme ao menos tem um mérito: de tão podre, conseguiu ganhar o framboesa de ouro, uma versão do tradicional Oscar, mas para filmes ruins. Até uma merda pode ganhar alguma coisa nesse mundo! Esta foi uma das piores experiências que já passei, foi simplesmente horrível ter que assistir esta bomba até o fim. É aquele tipo de filme onde o realizador tenta criar um quebra-cabeça, mas na verdade a vontade que tem é de quebrar a cabeça desse infeliz com um pedrada! É aquela coisa de reviravoltas na trama que não chegam a lugar algum, cenas que aparentam ter importância, mas logo são deixadas de lado causando furos na história... Só para citar algo que achei absurdo: existem duas personagens interpretadas pela atriz principal. Uma de caráter mal e outra boazinha. Quando a má ta em cena, tudo ao redor ganha tom vermelho. Luzes, roupas e cenário. Quando a boazinha aparece, tudo fica em tons azuis. O diretor deve ter achado que o público é feito por patetas que não saberiam distinguir a personagem má da boa...

Drive Thru da Morte (2007)
Não, não levei isso a sério. Mas achei que poderia ser divertido... Até que surge uma porcaria de versão maligna do Ronald Mc’Donald! E aí você pode somar as cenas de suspense ruins que não assustam nem seu priminho de seis anos, a direção em estilo “vídeo-clip”, o vilão que mais faz rir do que assustar e as interpretações forçadas dos atores e temos essa bosta. Exceto pela trilha sonora, que traz o AC/DC como tema principal, tudo está mais para o podrão da tia, do que para um Mc quarteirão. Se bem que um podrão da tia sempre é bem vindo...





O Exorcista, o início (2004)
O Exorcista original ultrapassou as barreiras de uma produção de horror e se tornou um dos maiores clássicos do cinema. A macabra história de uma menina inocente que foi possuída por um maligno demônio assustou platéias pelo mundo. É um filme definitivo e que não precisava de continuações, mas você sabe como é, gerou fama e principalmente dinheiro... Duas seqüências desnecessárias foram feitas depois, o péssimo e inacreditável O Exorcista 2, O Herege e O Exorcista 3, que não assisti, mas não deve ser grande coisa porque raramente vejo algo sobre ele. Mas faltava um capitulo que pudesse ser considerado definitivo, que mostrasse o começo de tudo e desse as respostas para as duvidas do original. Eis que em 2004, sai o esperado O Exorcista, O Inicio, certamente um dos maiores caça-níqueis do cinema de terror atual. Depois de tanto falatório, o que vi foi algo medíocre, cheio de efeitos ruins com computação gráfica e há anos luz do clima de terror do primeiro.