15 de junho de 2012

Batendo cabeça com o Mick -- Por Que Detestamos a Cultura Pop Atual? Parte Fina.

Na primeira postagem sobre a nossa antipatia em relação à atual cultura Pop, procurei expor com minhas palavras o que eu e alguns amigos pensamos sobre essa organização misteriosa, que há décadas tenta criar um estilo comercial a ser seguido por nós, pobres consumidores de informações. É praticamente impossível descobrir o que seria, ou de onde viria essa organização. Já se falou muito sobre a possibilidade da Rede Globo ser uma forma de dominação em massa, que influencia o povo a seguir um modelo de vida, mas isso vai muito além da Globo, ou de outra emissora de TV, afinal o que está lá também está na internet, nos jornais, nas ruas, e até em sua família.
Já falei sobre os ídolos teens da nova geração, tais como Justin Bieber e Restart, certamente os mais odiados e zuados, e agora partirei para a conclusão desta postagem com mais análises de outros elementos importantes da Cultura Pop atual.

3-) Saga Crepúsculo e afins.
Em primeiro lugar deixo claro que não assisti a nenhum dos filmes da saga Crepúsculo e tão pouco senti vontade de conferir ao menos um episódio, ou mesmo ler um parágrafo do livro. Mas não há como negar que esta é a saga romântica infanto-juvenil de maior sucesso nesses últimos anos! E todo esse sucesso deixa claro algo que não citei na outra postagem: o público jovem é o alvo principal para que se instale um novo conceito a ser seguido. Antes dessa epidemia de vampiros sentimentais, bonitinhos e ingênuos, já havia muitos outros filmes e contos sobre essas criaturas misteriosas que nos despertam admiração e curiosidade. Pena que para muitos esse respeito tenha acabado depois do surgimento do Sr. Edward e sua turma. Nem quando saíram clássicos como Drácula de Bram Stoker (1992) e Entrevista com o Vampiro (1994) tivemos tanto barulho, apesar de que esses filmes trazem uma proposta muito mais sombria e malevolente, que não podem ser comparadas ao clima sessão da tarde de Crepúsculo.
Talvez esteja aí a causa da revolta. Para que cresceu vendo vampiros elegantes, conquistadores, mas traiçoeiros e misteriosos, e agora assisti um vampiro envolvido naquela velha historia de ‘amor impossível’, com todo o açúcar e histeria das menininhas de 8 a 20 poucos anos (sério, conheço meninas dessa idade que adoram a saga), chega a ser constrangedor.
4-) Reality Shows (BBB, A Fazenda…)
Todos os ícones da Cultura atual já citados estão direcionados exclusivamente ao público jovem. Os realities shows já partem para algo mais generalizado, tendo fãs de todas as idades e condições sociais. Não se engane achando que este é um produto consumido apenas pela classe C. Como diz a chamada do programa, ‘todos estão de olho na casa’. E não importa se são famosos ou anônimos, quando ele entra no ar a única coisa que importa é saber o dia-a-dia desse grupo que está preso numa casa de alto luxo, com direito a festas, jogos com premiação e barracos (que são o ponto alto da ‘trama’). Confesso que assisti alguns BBBs e também vi a Casa dos Artistas, mas isso foi lá atrás quando tudo ainda era uma novidade. Foi algo legal, como uma novelinha passageira, que tem sua trama rasteira, personagens bobos como os mocinhos, pessoas mais interessantes que assumem os papeis de vilões e até um narrador, no caso o respeitável Pedro Bial. Mas o BBB já está indo para a edição de numero 13, e agora também tem A Fazenda, com um bando de sub-celebridades, que não fedem e nem cheiram.
Afinal, o que mantém o sucesso dessas coisas, que continuam sendo exibidas todos os anos? Simples, a curiosidade pela vida alheia. Isso vem desde sempre. Antes de o seu vizinho assistir ao Big Brother, ele já assistia ao seu dia-a-dia. Via o que você comprava e com quem você saia. Ter um programa desses na TV foi a melhor coisa que aconteceu pra ele. Assim ele pode ficar sentado no sofá vendo quem pega quem na Casa. Confesso que exagerei nessa parte, já que nem todos que acompanham realities shows são fofoqueiros. Minha mãe e minha irmã gostam e não estão nem aí para o dia-a-dia dos outros. Mas com certeza 80% desse público se encaixa nesse grupo e enquanto essas pessoas acharem mais divertido ver o que rola por baixo do edredom, do que alugar um bom filme ou ler algo mais construtivo, certamente chegaremos a 45ª edição do BBB.

5-) Sociedade Politicamente Correta
Algo que está enchendo o saco ultimamente é essa regra do politicamente correto. Agora qualquer situação que possa ser considerada constrangedora para um determinado público pode ser motivo de processo e manifestação. Com isso, é praticamente proibido piadas sobre gordos, nordestinos e principalmente negros e gays. Sei que esse é um assunto muito delicado, e também sou contra qualquer tipo de intolerância, seja ela religiosa, racial ou devida a alguma deficiência física. Também jamais concordei com qualquer tipo de humilhação pública, mas para quem está ligado às áreas da TV, isso é algo que está à mercê da pessoa. Por exemplo, se você vai participar de um programa como o ‘Pânico na Band’, não poderá se sentir ofendido caso eles façam alguma piada com você. Hoje em dia, nem nos programas de humor mais fuleiros há situações como as que vi em programas como ‘Os Trapalhões’, onde não faltavam piadas com gays e carecas. No ‘Chaves’ então... Veja o seguinte diálogo:

Nhonho: ‘olha Chaves, se porum lado eu sou gordo...’
Chaves: ‘pelo outro também.’
Isso não é mais aceitável. O que tornam os programas atuais completamente idiotas e dispensáveis, com piadas chulas sobre peidos e coisas assim. Tudo isso explica o enorme sucesso dos memes na internet, além de blogs e sites como o Zoação 40, que não tem pudores para pegar leve quando a proposta é fazer rir. Um abraço e até a próxima.