25 de maio de 2012

Batendo cabeça com o Mick -- Por Que Detestamos a Cultura Pop Atual? Parte 1


Em primeiro lugar deixarei claro que o texto a seguir traz uma opinião. Não quero ser o dono da verdade, longe disso. Essa parte do Blog Zoação 40 tem o objetivo de entreter os nossos leitores com a opinião de alguém do nosso grupo. Levei como base o pensamento de alguns amigos e do meu irmão Danilo.

Antes de tudo temos que entender o que seria a cultura Pop. Esse negócio nada mais é do que aquilo tudo que a mídia te empurra goela abaixo durante o dia a dia, seja através da música, filmes, seriados de TV, ou em qualquer outro meio de comunicação, como a nossa querida internet e revistas. Existe alguém, ou algo, que tenta criar um modelo a ser seguido por cada geração e isso tentará te influenciar de todas as formas, seja pela maneira de se vestir, falar e agir. Se nada que é empurrado pra você no seu dia a dia te satisfaz e você se mantém fiel aos seus gostos pessoais, como eu, claro que vossa senhoria não poderá ser considerada adepta daqueles costumes, mas você será parte daquela Cultura Pop apenas por ter vivido aquela fase. Isso é fato!

Antes de meter malha na atual cena Pop, vale lembrar que muitas coisas que achamos ruins ou estranhas não passam de uma cópia do que já existia no passado, e que também era muito amado e odiado. Sejam na televisão, ou principalmente na música, coisas que fazem parte da nossa rotina também foram parte da rotina dos nossos pais. As roupas justas e ultra-coloridas do Restart te incomodam? Nos anos 70 e 80 muitas bandas de Rock famosas também usavam esse visual. A série Crepúsculo é uma bobeira para menininhas? O clássico da sessão da tarde A Lagoa Azul também não vai além de um filme romântico mela-cueca. O Justin Bieber é só mais um babaquinha metido a estrela feito pela poderosa mídia? Já surgiram centenas de garotos assim nas ultimas décadas. Mas o que torna o Pop atual ser tão detestável se ele imita o Pop do passado, que nós saudosistas tanto amamos?

Primeiro começo com a nossa amiga ‘net’. A facilidade de buscas por assuntos e a enorme quantidade de informações babacas na qual estamos expostos é o primeiro fator. Basta abrir o Google e digitar as letras ‘Ju’ que logo surge Justin Bieber. Digitou a letra ‘B’ e vem algo sobre o Big Brother. Isso sem mencionar os sites de noticias, como o Yahoo, que também dá grande destaque as celebridades instantâneas e aos ex-BBBs. Nas bancas as revistas e jornais também dão essa ênfase, mais aí entendemos que revista e jornal são feitos para vender, e chegaram antes da internet. Mas tudo bem, vamos supor que você não ligou o computador. Não adianta. Tudo isso estará nas ruas, na TV, no rádio, nas conversas com seus amigos... Resumindo: essa avalanche de informações sobre coisas que não gostamos já seria o suficiente para detestarmos a Cultura atual, mas ainda faltam motivos claros, não basta apenas dizer ‘não gosto disso, e pronto!’.

Para fazer algo mais dinâmico, vou mencionar cada grande estrela do nosso cenário Pop, nesta que é a primeira de duas partes deste debate.

1-) Personalidades Infanto-Juvenis internacionais (Justin Bieber, Hanna Montana, Jonas Brothers...)

Simplesmente não dá para levar a sério algo que foi pré-fabricado. Eles podem até ter algum talento no meio daquela super mega produção, repleta de profissionais por trás das cortinas para orientá-los e prepará-los em qualquer situação, mas é nítido que a fama dessa turma é resultado de uma organização que está sempre disposta a criar um ídolo teen. Quem apadrinhou essa galera certamente morreu numa grana violenta para fazê-los chegar onde estão. E além da total falta de carisma, eles ainda comentem a tolice de expor comentários desnecessários, como Justin afirmando que será maior que Michael Jackson. Talvez ele estivesse se referindo a estatura... Outra coisa que achamos bizarro nessa turma é a forma como tratam as crianças. Dá pra comparar com o Patati & Patatá, que agem como se as criancinhas fossem um bando de retardadas mentais. Pelos menos esses assumem a postura de palhaços (mas não deixam de ser o piores da história da TV brasileira).


2-) Restart, Cine e afins.

Também vão pelo mesmo caminho das estrelinhas internacionais. São produtos fabricados industrialmente e com data de validade (até que está durando muito). Eles ainda mantêm essa pose de meninos sentimentais, algo deixado pelos falecidos Emos, mas insistem em dizer que fazem Happy Rock com atitude. A ideia não é ruim, vejam só: uma banda que traz músicas e interpretações com sentimentos, mas sem deixar a veia contagiante do Rock and Roll. Uau! Mas que nada... O que temos são uns carinhas sem sangue, sem alma e sem vergonha na cara. Em ambos os casos (1 e 2) não existe algo necessário na proposta deles. O risco de fazer o que realmente querem, sem se importar com alguém que poderá se sentir insultado. Falta malicia, afinal música necessita disso. Parece que o circo é armado para conquistar todo mundo, criando personagens adoráveis, mas o que sai ali são pessoas detestáveis. É uma pena que a turminha de hoje não tenha visto os Mamonas Assassinas, que traziam letras como “já me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém”. Isso sem falar de grupos ainda mais antigos, que também usavam roupas ultra-coloridas e maquiagens, como o Kiss e o Twisted Sister, que sabiam fazer Rock com diversão, atitude e uma bem vinda apologia as festas regadas a álcool e som alto.